O Ciclone que ficou na memória dos montijenses
O dia 15 de fevereiro de 1941 ficou marcado na história do Montijo e na memória dos montijenses que o vivenciaram, devido à passagem de um ciclone que assolou a região de Lisboa.
No Montijo o vento forte, com rajadas na ordem dos 130 quilómetros por hora, provocou a queda de chaminés, telhados, árvores e paredes, existindo até registo de rajadas de 200 quilómetros por hora nas zonas rurais, nomeadamente nos terrenos agrícolas da região. As fábricas e armazéns localizados junto ao rio ficaram parcialmente destruídos, após o Tejo ter galgado as muralhas, submergindo o cais e toda a zona ribeirinha.
O Rio Tejo chegou à Praça da República, inundando a Avenida dos Pescadores. As embarcações que estavam ancoradas no cais foram levadas para os mais variados sítios, chegando a haver barcos na Praça Gomes Freire de Andrade, na Rua Alexandre Herculano, na Avenida dos Pescadores e alguns até próximos da Praça da República. As embarcações que não foram arrastadas até terra ficaram bastante danificadas devido às colisões entre si e as muralhas do caís.
Devido às inundações vários automóveis foram arrastados e virados ao contrário, existindo ainda um elevado número de famílias temporariamente desalojadas.
A autarquia, presidida à época por Cristiano Victor Leite da Cruz, aprovou pela primeira vez um orçamento suplementar no valor de 30 .000$00 escudos para fazer face às despesas provocadas pelo ciclone. Foi também formada uma comissão oficial de socorro às vítimas da tragédia.