O Parque de Todos — Uma análise ao Parque Municipal (Carlos Hidalgo Gomes Loureiro) do Montijo

Com uma planta retangular de 270 metros de comprimento por 120 metros de largura, o Parque Municipal do Montijo é caracterizado por um grande relvado, caminhos sinuosos, maciços de árvores, áreas de estar e instalações de lazer.

Tal como o atual executivo da Câmara Municipal do Montijo tem defendido, os espaços verdes urbanos desempenham um papel crucial na qualidade de vida das cidades, proporcionando áreas de lazer, recreação e contacto com a natureza para os seus habitantes. 

Neste contexto, o Parque Municipal do Montijo, oficialmente apelidado Parque Carlos Hidalgo Gomes Loureiro (autarca durante a década de 1930), destaca-se como um oásis de beleza verde e tranquilidade numa área circundante cada vez mais urbanizada. 

O Parque Municipal do Montijo possui uma área retangular impressionante, medindo 270 metros de comprimento por 120 metros de largura, perfazendo mais de 34 quilómetros quadrados, ou seja, 3,5 hectares. A sua orientação principal é leste-oeste, com o eixo longitudinal estendendo-se nessa direção.

Este amplo espaço verde é cercado por várias ruas, com o Palácio da Justiça (Tribunal), localizado ao norte do parque. Uma avenida perpendicular ao eixo longitudinal do parque conecta-se diretamente com o Palácio da Justiça, criando uma ligação visual entre os dois, sendo paisagisticamente impossível dissociá-los.

A sua implantação foi decidida há quase 100 anos pela Câmara Municipal, em 21 de agosto de 1929. O Parque Municipal do Montijo passou por várias fases ao longo da sua história. 

As obras de construção, ao bom estilo tradicional português, estenderam-se por vários anos, oscilando entre momentos de entusiasmo construtivo e períodos de abandono que se estenderam até 1949, ou seja, foram precisos 20 anos para as obras de implantação darem-se por concluídas. 

E foi logo em 1952 que a gestão liderada por José da Silva Leite reconheceu a importância crucial do Parque para o bem-estar da comunidade, propondo, assim, uma remodelação completa do espaço. A tarefa de revitalização do Parque foi confiada ao prestigiado arquiteto paisagista Francisco Caldeira Cabral (1909 – 1992), um dos mais renomeados paisagistas contemporâneos, autor de inúmeros projetos nacionais e internacionais, como é o exemplo o Estádio Nacional e o Parque do Jamor. 

Em 10 de janeiro de 1956, Caldeira Cabral apresentou um projeto que, após algumas adaptações, foi finalmente aprovado em 1959. A principal herança deste projeto, e uma das principais características deste parque hoje em dia, foi a cuidadosa distribuição da plantação das árvores representativas da flora nacional.

A maioria do Parque Municipal do Montijo é ocupada por um vasto relvado, intercalado com caminhos sinuosos e maciços de árvores que criam espaços abertos e fechados. Uma fileira de plátanos de grande desenvolvimento segue paralelamente à rua ao leste do parque, fornecendo sombra e um ambiente agradável para passeios. 

Há três caminhos principais que cortam o parque: dois deles, ladeados por canteiros, são aproximadamente oblíquos relativamente ao eixo longitudinal do parque, enquanto o terceiro segue uma orientação norte-sul. Esses caminhos são ladeados por arvoredo, criando um ambiente relaxante e sombreado para os visitantes.

No ponto onde os caminhos mais ao norte se intercetam, encontra-se uma casa de chá envidraçada, cercada por árvores, oferecendo vistas panorâmicas sobre o relvado. 

Nas últimas décadas esta casa foi explorada pelo “Café Domus”, mas atualmente encontra-se abandonada e o seu futuro é um tópico de conversa entre os populares e nos corredores da autarquia, visto que todos a reconhecem como uma mais-valia.

Outra característica notável do Parque Municipal do Montijo é a presença de áreas de lazer, como uma gaiola de pássaros, cercada por árvores de grande porte, e um parque infantil ao sul. 

Entre essas estruturas, há uma área de estadia equipada com numerosos bancos de jardim, proporcionando um local agradável para descanso e contemplação. Estes bancos e a sua escassez, já levam este tema a discussão a nível nacional, pelo que merecem também menção.

A cerca de 50 metros a oeste do parque, encontra-se outro caminho transversal, onde está localizado um campo polidesportivo com bancadas em pedra, apto para a prática de futsal e basquetebol. 

Este campo faz parte da memória de todos os jovens montijenses. Instalações sanitárias e balneários de apoio ao campo também estão disponíveis junto do mesmo.

As áreas de recreação infantil, equipadas com baloiços e outros brinquedos, são destinadas a crianças, promovendo atividades físicas e momentos de diversão que contribuem para o desenvolvimento saudável dos jovens que frequentam o parque.

Ainda podemos destacar os candeeiros que desempenham um papel crucial ao fornecer iluminação durante a noite, tornando o parque seguro e convidativo para visitas noturnas, e as vedações que não apenas delimitam as áreas específicas, mas também desempenham um papel vital na proteção das zonas de preservação natural e paisagística, contribuindo para a conservação do ecossistema local.

Estes elementos construídos desempenham papéis vitais na funcionalidade e na atração do Parque Municipal Carlos Hidalgo Gomes Loureiro, tornando-o um espaço completo e versátil que, além da sua beleza paisagística, atende às diversas necessidades e interesses da comunidade local e dos visitantes que desfrutam deste oásis de beleza urbana, sendo a sua existência e preservação unânime entre todos os montijenses.

Assim, o Parque Municipal do Montijo é um testemunho do cuidado e planeamento que as cidades podem dedicar ao bem-estar dos seus cidadãos. Com a sua beleza natural, áreas de lazer e elementos construídos bem pensados, este parque desempenha um papel vital na vida da comunidade local, proporcionando um local para relaxamento, recreação e apreciação da natureza.

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