Praça Gomes Freire de Andrade: homenagem ao “militar sem medo”
A famosa Praça Gomes Freire de Andrade, junto à estação rodoviária do Montijo tem o nome do ilustre general português, ainda hoje reconhecido pela sua bravura e capacidade de liderança.

Gomes Freire de Andrade nasceu a 27 de janeiro de 1757 em Viena de Áustria, cidade na qual o seu pai, Ambrósio Pereira Freire de Andrade e Castro era embaixador de Portugal. A posição de seu pai e a influência da família nobre da própria mãe fizeram com que a infância de Gomes Freire fosse marcada por uma educação privilegiada.
Aos 13 anos tornou-se órfão de pai e ficando a família sem recursos financeiros, aos 24 anos foi para Lisboa, dando início à sua vida militar em Peniche, como Cadete. Em 1782 foi promovido a Alferes e em 1784 começou a sua carreira naval, participando voluntariamente numa expedição enviada ao norte de África.
Foi nesse mesmo ano que a sua coragem foi distinguida pela forma como auxiliou as forças navais espanholas a comando do rei espanhol Carlos III, no bombardeamento de Argel. O seu ato fez com que fosse promovido a Tenente do Mar da Armada Real, mas em 1788 tornou a dedicar-se à sua carreira no exército.
Os anos seguintes foram marcados por condecorações que obteve por combater na grande guerra entre a Rússia e a Suécia (1788-1790), na Campanha do Rossilhão (1793-1795) e na Guerra das Laranjas (1801).
Em 1817 foi alvo de inúmeros interrogatórios por ter uma alegada conspiração contra o regime absolutista existente à época. Embora nunca tenha participado ativamente em movimentos revolucionários, Gomes Freire era visto como chefe do movimento contra as forças inglesas, o que o condenou ao enforcamento, falecendo a 18 de outubro desse mesmo ano.

O Tenente-Coronel Pedro Marquês de Sousa na Revista Militar distingue a sua “personalidade invulgar, insubmisso, rebelde, mas competente e corajoso”, sendo “temido e odiado por muitos dos seus superiores, mas um «militar sem medo»”.
Ainda hoje, o General Gomes Freire de Andrade é admirado não somente por militares, mas principalmente por quem preze os ideais liberais, sendo visto como um símbolo contra a luta e opressão.