Montijo celebra história e cultura com medalhas de ouro para associações centenárias
O Montijo viveu um momento de grande orgulho e emoção na passada quarta-feira, 14 de agosto, ao homenagear duas das suas mais antigas e respeitadas associações com a mais alta distinção do município: a medalha de ouro da cidade.
O Ateneu Popular do Montijo e a Banda Democrática 2 de Janeiro receberam, em cerimónia solene, a condecoração que reconhece o seu papel crucial na construção da identidade cultural e democrática do Montijo ao longo de décadas.
Na cerimónia, a presidente da Câmara Municipal do Montijo, Maria Clara Silva, destacou a importância do associativismo na cidade, que completou 39 anos de elevação a município. “Contamos com todas e com todos na construção de um Montijo mais solidário”, afirmou, sublinhando o espírito acolhedor que sempre caracterizou a comunidade local.
A homenagem às duas coletividades centenárias surge como um reconhecimento do seu inestimável contributo para o desenvolvimento da cidade. Fundado em 1914, a Banda Democrática 2 de Janeiro tem sido um pilar nas áreas do desporto, cultura e solidariedade, promovendo atividades que vão desde exposições e teatro a provas de karaté. A associação anunciou ainda a introdução da modalidade de voleibol na comunidade, uma iniciativa que reforça o seu compromisso com o crescimento e a diversificação das atividades desportivas no concelho.
António Carlos Dias, presidente da Banda Democrática, enalteceu a relação histórica entre as duas associações, mas aproveitou a ocasião para lançar um apelo à autarquia. “Há muito tempo que estas associações deviam ter recebido esta distinção”, disse, defendendo a necessidade de uma maior reflexão sobre o papel das associações na vida da cidade. O dirigente também sublinhou a importância de contratos de programa entre a Câmara e as coletividades, essenciais para a sustentação das atividades culturais e desportivas.
Por sua vez, o Ateneu Popular do Montijo, criado em 1939, foi reconhecido pelo seu papel fundamental na educação de adultos e no combate ao analfabetismo durante o período do Estado Novo. A associação, que também é um espaço de desenvolvimento pessoal em modalidades como o xadrez, onde o montijense Bruno Martins alcançou reconhecimento internacional, continua a ser um ponto de referência para a comunidade. O presidente da direção, Carlos Traquina, relembrou as origens da associação como uma escola e homenageou as personalidades que, mesmo já desaparecidas, foram fundamentais para o sucesso do Ateneu.
A cerimónia foi marcada por sentimentos de orgulho, mas também por um chamado à ação. As associações destacaram a necessidade de maior apoio e envolvimento por parte dos dirigentes políticos, para que a história e a cultura do Montijo continuem a prosperar. Maria Clara Silva, que recentemente sucedeu Nuno Canta, reiterou o compromisso da autarquia com o desenvolvimento contínuo de uma cidade que, nas suas palavras, “sempre soube receber quem veio de fora” e que se orgulha de manter as suas portas abertas para o futuro.
Com estas homenagens, o Montijo reafirma o seu compromisso com a preservação e valorização do seu rico património associativo, preparando-se para os desafios e oportunidades que o futuro trará.