Os rostos que deram vida e arte ao Mercadinho de Natal do Montijo
Várias casinhas, com diversos produtos em exposição fizeram parte do Mercadinho de Natal na Praça da República. Em cada uma delas uma especialidade diferente – iguarias tradicionais, produtos que trazem o passado ao presente, colares coloridos, bonecas cheirosas de pano e até peluches produzidos com garrafas de plástico. O Mercadinho, que transbordava de espírito natalício, recebeu os montijenses e visitantes que partilharam vários momentos de alegria, e, enquanto apreciavam a arte feita à mão, provavam bebidas de aquecer o coração ou se deliciavam com um belo waffle. Conhecemos alguns dos rostos que trouxeram arte e alegria a este mercado.
Ana Cristina e as suas peças coloridas de encher olhos
A simpática Ana logo esboça um sorriso a quem se aproximar e foi assim que ela nos recebeu. Teve em exposição peças muito elegantes e para todos os gostos, cheias de pedras e pedrinhas e com cores de perder de vista. Colares, pulseiras, anéis e todo o género de adornos é o que pode encontrar na Petite Cherie.
Ana Barroso, de 59 anos, já dava os primeiros passos no mundo das bijuterias quando ainda era bancária. “Comprava coisas na casa dos trezentos, modificava, e as minhas colegas queriam comprar as peças que fazia”, relembra. Em 2008, a mãe de Ana, de 89 anos, juntou-se ao sonho e juntas abriram a primeira loja com o nome de “Chiqui Bem” – nome derivado de uma brincadeira das suas amigas. “Eu desenho as peças e a minha mãe monta os colares e ajuda-me a fazer os porta chaves”, contou.
A empresária tem uma adoração por França, então mais tarde mudou o nome da sua loja para Petite Cherie, que anteriormente tinha a sua loja na Rua Bolhão Pato. Hoje, Ana possui a sua loja física na Avenida João de Deus, no Montijo. Lá pode encontrar as peças que estavam no Mercadinho de Natal e muitas mais, há para todos os gostos.
Pode visitar a página no Facebook: https://www.facebook.com/PCherie33
Os animais de peluche feitos a pensar no ambiente
Marte Fuste representa a loja Bambil, que nesta edição do mercado veio dar a conhecer o trabalho de uma empresa inglesa que produz peluches 100% reciclados, feitos com garrafas reaproveitadas. “Esta empresa retira cerca de 400 milhões de plásticos dos nossos oceanos” explicou a vendedora, que não gosta muito de ser fotografada. Cada um dos peluches grandes leva cerca de oito garrafas e desde a etiqueta, ao bordado dos olhos e ao enchimento fofinho, tudo é feito com materiais reciclados. “É uma boa maneira de transformarmos o lixo no luxo”.
A loja centenária de puericultura Bambil, localizada no Montijo, tem vários tipos de produtos, desde roupa de criança e adolescente a peluches. “Nós este ano decidimos representar esta marca no mercado de natal por acharmos que é uma boa mensagem a passar a todos os visitantes, e queremos sobretudo ensinar às pessoas o hábito da reciclagem”, referiu Marta. Uma boa opção de presente seja de Natal ou aniversário, para ensinar às novas gerações a importância da reciclagem
Pode visitar a página de Facebook em: https://www.facebook.com/LojasBambil
As bonecas cheirosas da Anabela
Anabela Cezar começou por se dedicar às artes decorativas e encontrou no mundo das bonecas a sua verdadeira paixão. Apesar de já ter sido profissão, hoje concilia com o seu trabalho, a arte de construir estas bonecas maravilhosas – desde os fios de cabelo em lã até à pintura dos olhos, tudo é feito por Anabela que ainda as perfuma. No Mercadinho quem a representou foi o filho Rúben. “Tenho muito orgulho no trabalho da minha mãe, ela esforça-se muito para conseguir conciliar o trabalho com a confeção destas bonecas”, confessou. Pode encontrar estas bonecas à venda também na loja O Atelier da Formiguinha.
Venha conhecer mais do trabalho da Anabela na sua página de Facebook: https://www.facebook.com/Cheirinho-de-boneca-389765311821752
Uma viagem ao passado português com os produtos do Sérgio André
Quem se lembra da Pasta dentífrica Couto? ou dos cremes da Benamôr? Uma verdadeira viagem pelo “antigamente” foi o que encontrámos na casinha O Passado Português. Produtos que os nossos pais e avós falam com nostalgia, de uma qualidade que não se encontra hoje em dia.
Vinhos conceituados, a tradicional Farinha 23, caras de bacalhau, azeites, patés, conservas e muitos outros produtos de marcas conceituadas portuguesas, com mais de cem anos de existência, é o que nos apresenta O Passado Português. “Trabalhamos com marcas com história e que fazem a delícia dos portugueses, que trazem o saudosismo, e a sua qualidade continua a mesma”, contou Sérgio, que todos os sábados tem os produtos para venda no seu espaço, no Mercado Municipal do Montijo.
Sérgio revela que a ideia e conceito de ‘O Passado Português’ começou com dificuldade em encontrar bons produtos de barbear no Montijo. “O interesse por estas marcas antigas e pelo negócio também veio a partir dos meus pais, fiquei com o bichinho”. O Passado Português começou em 2014 por ser uma loja online, e, hoje me dia, a marca está registada e apresenta-se em eventos em várias zonas do país.
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As castanhas “quentinhas e boas” do senhor José
O cheirinho sente-se a metros, “quentinhas e boas” como dizem os da velha guarda. E assim são as castanhas do senhor José Correia, “O Bolinhas” para os amigos, que nos recebeu com um sorriso de orelha a orelha, e logo se propôs a contar a história da sua vida. Uma longa estória, que o levou durante catorze anos a Itália, passou por Angola e conhece Portugal de “lés a lés”.
Com muitos anos de estrada, o atual “Rei das Castanhas”, dedicou grande parte da sua vida ao circo. Correu meio mundo com suas apresentações como o Palhaço Bolinhas, que cantava e tocava vários instrumentos – alguns deles já nem se tocam mais. “Estive muitos anos com um circo mexicano e eu era a cara, tocava e cantava, e se me pedir para fazer um falsete até se arrepia” brincou José, que ainda nos disse que já esteve na SIC, conhece o José Figueiras e ganhou um concurso a cantar “A Mula da Cooperativa. “Tínhamos de estar horas à conversa para lhe contar todas as minhas aventuras pelo mundo, a minha vida dava um filme”.
José deixou as andanças do circo há cerca de vinte anos, e sua última turné foi com o Circo Cardinali. Entretanto, e para ter mais algum rendimento, dedicou-se às castanhas “as melhores aqui da zona”. Juntamente com a sua esposa Maria Luísa Graça, há mais de duas décadas que vende as castanhas assadas com mais qualidade do Montijo. “Fiz o licenciamento quando me reformei para ter um cantinho para vender as minhas castanhas”, referiu. José costuma estar com o seu carrinho perto da rodoviária do Montijo, carrinho esse pensado, desenhado e construído por ele.
Vários outros rostos montijenses também marcaram presença no Mercado Animado de Natal levando as suas peças feitas à mão.