Praceta Joaquim Serra: o poeta do amor e da liberdade
Joaquim Xavier Serra não só se distinguiu enquanto poeta, como se destacou como jornalista, ensaísta e livre pensador.

Tendo início na rua com o mesmo nome, a Praceta Joaquim Serra não tem saída, mas contém em si, a designação de um célebre poeta e defensor da liberdade.
Joaquim Xavier Serra nasceu a 28 de janeiro de 1908, no Montijo, filho de António João Serra e de Alice Marques Serra. Herdou o apelido “Xavier” de sua madrinha, Maria da Costa Xavier e, desde novo, que a sua forma de ser amadurecida deu nas vistas. Aos 13 anos já se comporava como adulto e, aos 15 anos, era uma figura da política local, lutando contra a opressão.
Revelou o seu talento para a poesia aos 17 anos, com a publicação do livro “Musas da Minha Terra”, mas não ficou por aí. Deixou-nos ainda dois livros de poesia, intitulados “Flores e Beijos” e “Marias de Portugal”, conjunto de quadras que escreveu para um concurso do Diário de Notícias, tendo sido premiadas na modalidade de literatura.

Em 1927, inciciou uma monografia sobre o Montijo, a “Aldeiagalega do Ribatejo”, retratando o povo montijense, as suas tradições e costumes. Os seus dotes literários levaram-no a compor uma revista, “Coisas da Nossa Terra”, representada no teatro do Montijo, em 1927. O sucesso da peça foi tal que, no ano seguinte, fez-se uma nova versão, denominada “Coisas e Loisas da Nossa Terra”, cuja música foi da autoria do maestro Amadeu de Moura Stoffel.
Apesar de ter falecido apenas com 25 anos, a sua curta vida ficou marcada de feitos também na área do jornalismo. Aos 12 anos de idade iniciou a escrita do jornal “Mocidade” e, um anos antes da sua morte, fundou e dirigiu o jornal montijenses “A Ideia”.
Antes de falecer, Joaquim Serra pediu a Hermínia Baldrico, sua amada, que, na face posterior da sua campa, fosse plantada uma roseira e gravada a seguinte quadra:
Junto à campa dum poeta,
Uma roseira resume.
Seu peito desfeito em rosas,
Sua alma feita perfume.

Dado o importante papel de Joaquim Serra enquanto livre pensador, poeta, ensaísta e jornalista, na sessão de 19 de fevereiro de 1985, a autarquia atribui-lhe o nome de Rua e Praceta. Foi-lhe igualmente dado o nome à Escola Secundária N.º 2, situada na Freguesia do Afonsoeiro.