Azulejos que pintam uma cidade
Considerado património mundial, o azulejo está em Portugal desde 1498 e marca a cidade do Montijo como elemento arquitetónico e de decoração.
O azulejo é uma marca identitária nacional com valor inigualável para a cultura portuguesa. As pequenas placas de cerâmica, revestidas de esmalte chegaram a Portugal no ano de 1498, trazidas pelo Rei D. Manuel I de uma das suas viagens a Espanha.
O país ficou curioso com a beleza da peça e rapidamente percebeu que a aplicação de esmalte cozido em placas de cerâmica poderia resultar num trabalho vidrado e colorido.
Aprendidas as técnicas de fabrico e pintura, o azulejo ganhou expressão por todo o país e o Montijo não foi exceção. Ao longo da cidade é possível identificar revestimentos cerâmicos que remontam a diferentes épocas, sendo que os vestígios mais antigos apontam para o século XVI e o revestimento da Capela de Nossa Senhora da Piedade, em Sarilhos Grandes, é exemplo disso.
Os espaços religiosos começaram assim a adotar estas técnicas de decoração, articulando-os com os elementos de arquitetura. Ainda hoje é possível visitar o interior da Igreja Matriz do Espírito Santo e, tendo em conta a dimensão das peças azulejares, é possível entender a importância da arte para o local.
Foi apenas na transição do séc. XIX para o séc. XX que as placas cerâmicas “invadiram” as ruas, misturando-se com a fachada dos edifícios. A utilização de azulejos nos espaços públicos tornou-se um símbolo de estatuto social e a burguesia não hesitou em adornar a sua casa com estas peças conceituadas.
Assim, para além de elemento de arquitetura e decoração, o azulejo representa e acompanha o crescimento da antiga Aldeia Galega até à sua transformação no território que hoje identificamos como Montijo.
O Montijo On City percorreu a Avenida dos Pescadores e registou em fotografia esta arte tão nobre que torna a avenida única. O contraste entre a delicadeza do azulejo e a força da pedra não passa despercebida ao mais distraído dos olhares. Ora veja!