Drogaria: um espaço que convoca a nostalgia

Esta semana, a drogaria é o negócio em destaque na rubrica que relembra as profissões tradicionais do Montijo.

É mais fácil perguntar o que não se vende neste espaço, tendo em conta a lista extensa de artigos que tem ao seu dispor. As prateleiras cobrem as quatro paredes da loja e estão repletas de produtos de higiene, materiais de construção, bens de limpeza e tudo o que for necessário para encher uma despensa. Desde as marcas mais vendidas até aos artigos portugueses mais tradicionais que conquistaram gerações, tudo se vende na drogaria.

É impossível entrar sem se sentir nostálgico pelas memórias que o espaço desvenda. Isabel Miranda, proprietária da Drogaria Mirabel já perdeu a conta das vezes que ouve um cliente dizer “Ai este cheiro! Ainda me lembro quando vinha aqui com a minha avó”. Há 62 anos que a Drogaria Mirabel serve os montijenses e até para os desejos mais requintados encontra uma solução a condizer.

Ainda hoje, as drogarias são procuradas pela variedade de produtos de cosmética_DR

O que a comerciante mais gosta no seu trabalho é do atendimento personalizado que pode dar a cada cliente, sempre com “dois dedos de conversa” à mistura. “As pessoas vêm e perguntam-me «Ai, eu usei isto do meu avô. Gostei e dei-me bem. Você tem?» É este tipo de coisinhas que nós vendemos. Coisas que não existem nas grandes superfícies“, admite.

Com o passar dos anos, o espaço foi ficando cada vez mais vazio e a proprietária tem noção do quão difícil está o negócio para o comércio local, mas ainda se recorda da grande agitação vivida no tempo em que os super e hipermercados não eram concorrência. “Quando o meu marido abriu a loja, existiam 14 drogarias no Montijo. (…) Era uma euforia, Graças a Deus! (…) Os pescadores vinham aqui abastecer-se, comprar tintas para os barcos. Quem vivia na Calçada tinha de arranjar o chão todos os anos. E onde é que vinha buscar os materiais? Aqui“, conta.

A variedade é o forte deste negócio_DR

Apesar dos clientes serem cada vez menos, Isabel Miranda não se deixa levar pelo desânimo e ajuda cada pessoa que entra no seu espaço como se fosse a primeira. Admite já estar conformada com a realidade e vive bem com isso. “As pessoas têm razão, escolhem o que é mais barato. Cada um tem de olhar pela sua vida. E é assim a vida, minha filha“, remata sorridente.

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