Ruben Guerreiro: Da infância em Pegões à Camisola Azul na Volta a Itália

Ruben Guerreiro. Como o seu apelido indica, o ciclista natural do Montijo tem-se revelado um guerreiro no ciclismo e motivo de orgulho para a cidade que o viu crescer, tendo até sido proposto pelo presidente da Câmara, Nuno Canta, a atribuição da Medalha de Ouro. Começou por pedalar na pastelaria do avô em Pegões. Hoje, é o líder da montanha e faz a festa em Milão.

Fez-se história para Portugal, o ciclista da Education First foi o primeiro português a conquistar uma camisola de líder numa Grande Volta.

Rúben liderou a classificação da montanha, com 234 pontos, à frente de Thomas de Gendt, que conta com 122 pontos. O ciclista natural do Montijo beneficiou do abandono do italiano Giovani Visconti, que era o seu maior rival, tendo sido, desde sexta-feira o vencedor virtual da camisola azul, bastando chegar a Milão para oficializar o feito.

Começou por praticar futebol como tantos jovens da sua idade, mas foi no ciclismo que encontrou a sua verdadeira paixão. Cresceu a ver o pai e o tio praticarem ciclismo e sempre sonhou vir a ser ciclista, dedicando-se  à prática desta modalidade desportiva. Se não fosse ciclista, seria piloto de carros, pela sua paixão por automóveis.

O ciclista iniciou-se no BTT a fazer maratonas aos fins de semana até aos 15 anos de idade. Depois o pai comprou-lhe uma bicicleta de estrada e aos 17 anos entrou para a equipa do Matos Cheirinhos. Começava a competição a sério.

Há dois anos, em entrevista ao BTT Lobo, Ruben revelou “Tudo farei para tentar ganhar uma corrida. Quero ser regular, ter boas prestações durante todo o ano, e esforçar-me para evoluir”.

Esse dia chegou. Aos 26 anos, o ciclista venceu uma etapa na Volta a Itália em bicicleta e garantiu virtualmente a classificação da montanha, tendo concretizado um sonho.

Ruben Guerreiro

Em entrevista à Agência Lusa, Ruben Guerreiro disse “Esta camisola não é minha, é da equipa, dos massagistas, dos mecânicos, dos diretores, e dos portugueses também. O ciclismo é muito para lá de força nas pernas, e as forças que se podem ir buscar vêm da cabeça e da motivação das pessoas à nossa volta, e do nosso país. Tanta gente a apoiar nas redes sociais, só pode ser uma fonte de inspiração”.

Rúben liderou a classificação da montanha, com 234 pontos, à frente de Thomas de Gendt, que contava com 122 pontos. O ciclista natural do Montijo beneficiou do abandono do italiano Giovani Visconti, que era o seu maior rival, sendo o vencedor virtual da camisola azul, bastando chegar a Milão.

 As maiores referências para Ruben são Lance Amstrong e Alberto Contador. Os melhores resultados do ciclista foram: um campeonato nacional de estrada em 2017, título que também conquistou na categoria de sub-23 e em júnior. Ainda venceu o GP Palio del Recioto, em Itália. Conseguiu um sexto lugar no World Tour em França, a Bretagne Classic e um 9.º na geral na Volta à Bélgica. Em 2019, na estreia em grandes Voltas, conseguiu um 17.º lugar na Volta a Espanha. 

Na Volta a Itália, Rúben Guerreiro mostrou ótimos resultados para o ciclismo português: fez 208 quilómetros entre San Salvo e Roccaraso em 5:41.20 horas e venceu. Feliz por ter chegado à meta, Ruben Guerreiro imitou o grande português Cristiano Ronaldo, com o seu gesto típico de festejo.

Ruben Guerreiro terminou este domingo a participação na Volta a Itália, nesta 21ª etapa, que teve a duração de 19m23s. Nesta etapa, Filippo Ganna foi o primeiro líder, com menos 2m07s. Foi a primeira vez que um português conquistou a camisola de líder numa grande volta.

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