Arte urbana: Qual o seu mural preferido do Montijo?

Das obras mais antigas às mais recentes, o Montijo On City mostra-lhe a arte que tem dado uma nova vida à cidade.

Homenagem às Festas Populares e aos Pescadores

As festas populares e os pescadores fazem parte da caracterização do município do Montijo e desde 1 de junho que existe um mural que dá vida a elementos simbólicos da cidade. Ivo Santos, conhecido como Smile, deixou a sua marca no Montijo com a criação de um mural que enriquece o património local.

Se o fundo vermelho, típico dos cartazes das festas de S. Pedro, o barco de origami que representa a ligação com as crianças e a comprida linha azul que remete para a liberdade dos pescadores a navegar, podem ser aspetos difíceis de decifrar, a representação da Igreja Matriz e a figura de S. Pedro dispensam apresentações junto da comunidade.

Smile é um conceituado artista português com trabalhos espalhados por todo o mundo e cuja imagem de marca é o fotorrealismo. E que bem que a sua arte ficou no Bairro dos Pescadores, não é verdade?

Maestro Jorge Peixinho

Já tinha visto este mural? É difícil não reparar nesta obra-prima dada a sua dimensão. Em 2019, o Dia Mundial da Música foi comemorado de forma especial no Montijo, com a inauguração do mural que honra o grande maestro Jorge Peixinho. Para além de montijense, Jorge Peixinho foi considerado um dos mais importantes compositores portugueses do séc. XX.

João Samina foi o artista que deu cor a esta homenagem e confessou que “fica um bocadinho de mim no Montijo com esta homenagem a Jorge Peixinho. Estes murais são os novos monumentos do século XXI, que não só embelezam as cidades como tornam o espaço público mais próximo das pessoas”.

O street artist nasceu em 1989, em Setúbal, e, apesar do seu contacto com o mundo das artes ter nascido cedo, foi aos 14 anos que a Street Art se cruzou na sua vida quando começou a desenhar e colar stickers.

Mural localizado na Avenida Maestro Jorge Peixinho

Montijo Capital da Flor

O título do município (Montijo-Capital da Flor) não podia passar em vão e foi o que o street artist José Carvalho pensou quando participou no Concurso de Arte Urbana Cidade de Montijo. Esta belíssima fachada veio dar mais vida e cor ao centro da cidade, expressando a importância das flores e da floricultura para o concelho.

José Carvalho, cujo nome artístico é “Oze Arv”, iniciou-se na arte urbana em 1996 e define-se como um artista plástico “à procura do espaço, da cor e do movimento” para “preencher o branco que existe no dia-a-dia de cada um de nós”. Ao longo dos anos tem feito da rua a sua tela e este mural é a prova de que não pode parar.

Homenagem à Capital da Flor

Mural no Centro Cívico do Esteval

Foi em 2019 que o Centro Cívico do Esteval ganhou uma nova face com o mural assinado pelo montijense João Rodrigues. O trabalho desenvolvido contou com a colaboração dos jovens do Centro que viram os seus desenhos e ideias espelhados na parede do edifício. Esta iniciativa foi desenvolvida com o objetivo de revitalizar o espaço exterior do bairro e, ao mesmo tempo, envolver os jovens num projeto que lhes garantisse um sentimento de pertença.

Esta não é a primeira vez que as ruas do Montijo acolhem a arte de João Rodrigues. Já em 2018, o artista chamou a atenção dos moradores com uma montra inovadora na Sapataria Guerreiros, na Rua Almirante Cândido dos Reis. No ano seguinte, na mesma rua, o artista pintou uma caixa de eletricidade e as suas obras começaram a ganhar visibilidade.

João Rodrigues é um ex-morador do Bairro do Esteval e o seu universo artístico é marcado por figuras disformes que se apresentam, muitas vezes, com um ar melancólico, sendo que este mural não é exceção. Os temas são sempre o amor e a melancolia que surgem de mãos dadas em qualquer trabalho que apresente. É este estilo muito próprio que tornam as obras do montijense facilmente identificáveis como suas.

Um projeto que envolve a comunidade ganha outra dimensão

Mural no Largo da Igreja do Afonsoeiro

Quando o coração está cheiro de coisas boas é inevitável amar o próximo” é mais uma mensagem colorida e calorenta que João Rodrigues deixa nas ruas do Montijo. Desta vez, a “tela” escolhida fica no Afonsoeiro e a ideia é transmitir sentimentos de amor e esperança aos habitantes, ao mesmo tempo que o centro histórico sai embelezado.

Uma criança, um barco e um coração. Um desenho simples, mas que não deixa de estar carregado de sentimento ou não fosse um trabalho do artista João Rodrigues.

Mensagem de amor no Afonsoeiro

Trash Head Donkey

Há vários anos que o artista português, Bordalo II ou Artur Bordalo, tem conquistado o país com as suas esculturas feitas com resíduos urbanos. Em 2017 foi a vez do Montijo ser palco de uma peça que se encontra inserida na série Big Trash Animal, na qual o artista aponta a falta de consciência ecológica e sustentável de uma sociedade consumista, produzindo animais com materiais reciclados.

O lema de Bordalo II é “o lixo de um pode ser o tesouro de outro” e o resultado ficou à vista de todos na Avenida dos Pescadores. Além de utilizar grafiti, o artista aproveita objetos abandonados, desperdícios e objetos procedentes de obras, ruínas de edifícios, carros e fábricas, misturando-os para criar um novo objeto artístico. Como consequência, as suas obras são tridimensionais, ultrapassando em muitas ocasiões os limites do plano.

A obra tridimensional de Bordalo II

We are the flowers

No âmbito do Mural 18, 18 artistas espalharam a sua arte em municípios diferentes dos seus. O mural “We Are the flowers“, pintado por Tamara Alves pode ser admirado no Bairro do Esteval e é um convite à entrada na cidade. Segundo a autora, a ideia é passar uma mensagem sustentável e ética, assente numa preocupação com a fauna e flora.

Tamara Alves é uma artista visual e ilustradora portuguesa que sempre se interessou por um tipo de trabalho que fosse útil e inserido na comunidade. Desta forma, a rua e o espaço público são os locais ideais para mostrar o seu talento e fazer com que o seu trabalho tenha efeito em quem por ele passa.

Uma pintura que representa a forma como nos relacionamos com o que nos rodeia

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