Praça Pedro Nunes: O matemático que inovou a astronomia
Pedro Nunes foi cosmógrafo do reino, professor de infantes, autor de tratados científicos e criador de instrumentos de navegação.
Pensa-se que Pedro Nunes, visto como o maior matemático português e um dos maiores génios do seu tempo, tenha nascido em Vale do Guizo, Alcácer do Sal, em 1502. O facto de ter vivido no auge da expansão marítima, as viagens dos descobridores portugueses motivaram-lhe os estudos em Filosofia e Matemática na Universidade de Lisboa.
Em 1525 alcançou o grau de bacharel em Medicina e, quatro anos mais tarde, foi encarregado da regência da cadeira de Filosofia Moral na Universidade de Lisboa, instituição onde lecionou também Lógica e Metafísica. O seu génio brilhante fez com que, aos 27 anos, fosse nomeado cosmógrafo do rei D. João III e tutor dos príncipes D. Luís e D. Henrique. Em 1547 foi o primeiro cosmógrafo-mor, cargo público que voltaria a desempenhar a pedido de D. Sebastião.
Com os seus rigorosos trabalhos de investigação, o matemático solucionou problemas que mudaram a forma como os navegadores portugueses percorreram o mundo. A sua primeira grande invenção terá sido a curva loxodrómica, «a curva que o navio descreve navegando com o mesmo rumo, isto é, mantendo constante o ângulo da direção da proa com o ângulo verdadeiro». Esta curva de rumo foi aplicada por Mercator na cartografia e teve um grande impacto na navegação marítima.
Para além das vastas obras de investigação náutica e dos tratados científicos deixados, a grande invenção que notabilizou a carreira de Pedro Nunes foi a conceção do nónio, um instrumento que efetuava medições com rigor de apenas minutos de grau, permitindo planear a navegação com uma margem de erro mínima.
Pedro Nunes morreu a 11 de agosto de 1578, mas deixou consigo obras inovadoras e instrumentos que se apresentaram como fortes contribuições para se conhecer o mundo tal como ele é.