Maria do Carmo, o socorro dos Bombeiros do Montijo

Maria do Carmo limpa, lava e, acima de tudo, cuida do quartel e dos Bombeiros Voluntários do Montijo com uma dedicação e dever cívico próprios.

O aroma a roupa lavada invade os corredores do quartel dos Bombeiros do Montijo. O esforço, a dedicação e o empenho são características que marcam presença no edifício, mas na lavandaria, todos os olhos são postos em Maria do Carmo, a figura maternal do quartel. Sem demoras, o Comandante Pedro Ferreira explica orgulhosamente que “é uma pessoa muito importante nas nossas vidas e queremos também dar a conhecer o seu papel”.

É ela que carrega a responsabilidade de organizar um espaço limpo e marcado pela perfeição. Veio parar a esta grande família após ficar desempregada da empresa na qual dedicou o seu empenho, ao longo de 26 anos. Ao fim de três anos inquietantes, foi-lhe feito o desafio que aceitou com todo o gosto.

Eu entrei para fazer as férias de uma funcionária, na altura. Entretanto, o Presidente disse que estavam a gostar bastante do meu trabalho e acabei por ficar. Estive um mês à experiência, mas depois fiquei”, afirma com um sorriso que a marcou desde o primeiro contacto.

Rapidamente, os dias se tornaram semanas, as semanas passaram a meses e os seis anos que assume com funções no quartel trouxeram-lhe um sentido de dever cívico imensurável.

Ao fim de semana, quando não estou cá, sinto a falta. Se estiver em casa e ouvir a sirene começo logo a pensar «O que será? Será fogo? Estará tudo bem?»”. Mesmo quando vou de férias, fico sempre preocupada porque já temos esta preocupação em nós”, sublinha a Dona Carmo. E é esta responsabilidade que a faz estar livre a qualquer hora do dia para cuidar dos seus bombeiros.

Maria do Carmo contribui para o bom funcionamento dos bombeiros_DR

São vários os episódios em que relata ter de “abalar” de casa por necessidade de se fazer presente no quartel e, em tom de conforto, sublinha que “se tiver de ficar mais 10 minutos ou 1 hora a trabalhar, eu fico”. Os momentos que sublinha como mais difíceis são os marcados pelos incêndios. À semelhança de qualquer bombeiro pronto para dar o corpo pela segurança cívica, a Dona Carmo entrega-se totalmente pelo mesmo propósito, cumprindo o seu papel específico.

No entanto, tudo fica mais leve quando se está em família. E é isso que a funcionária sente em relação ao lugar onde trabalha. “Eles brincam comigo e eu com eles porque já temos seis anos de convivência. Andam sempre de volta de mim, agarrados a mim, rimos e brincamos, porque se não for assim, não dá”, reforça.

Mas o seu dia-a-dia não é simples, pois cuidar de um quartel inteiro, a todo o momento, exige responsabilidade e dedicação. Com horário de entrada às 7h e de saída às 16h, a figura maternal do quartel revela a azáfama em que trabalha e, cuja agitação transparece nos seus gestos.

Há dias em que uma pessoa lava tudo e outros em que não lava nada. Quando há incêndios, as coisas têm de ser lavadas 2 e 3 vezes por dia. Há dias em que chego e tenho um cesto de roupa suja à porta porque houve fogo durante a noite e tem de ser tudo lavado”. A imprevisibilidade marca a vida de Maria do Carmo à semelhança da dos bombeiros.

Mais que uma profissão, todos partilham o mesmo sentimento em relação a Dona Carmo: o seu papel é fundamental para o bom funcionamento do quartel e, sem ela, os bombeiros não teriam o mesmo desempenho.

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