ZaZen Montijo: a meditação que permite ver para além das evidências

O conceito é estar para além dos conceitos. É desta forma que Carlos Silva e Manuel Simões, os percursores do ZaZen Montijo, definem o Zen, uma prática de concentração e meditação sentada.

“Pertencente ao Budismo Zen, é uma escola muito particular dentro do budismo porque é muito prático e para além de todos os conceitos.”, explica Manuel, outrora ordenado monge zen. Baseado na sua origem, na Índia, pode ser visto como uma transmissão para lá das palavras. “Não depende de livros nem de escrituras sagradas e aponta ao coração”, acrescenta.

O Zen entrou neste monge por influência do seu primeiro mestre de artes marciais, mas é em Barcelona que começa a frequentar o seu primeiro dojo zen “fundado uns meses antes da minha chegada à cidade, em 2000”. No México, onde viveu dez anos, fundou o seu próprio dojo, dando sequência à “linhagem” que iniciou anos antes.

No regresso a Portugal, em 2016, volta a fundar um dojo, desta feita em Setúbal, onde conheceu Carlos, o aluno que viria a seguir as pisadas do mestre. Em conversa, surgiu a possibilidade alargar a ramificação do seu “templo-cabeça” de Setúbal ao concelho do Montijo, uma vez que o aprendiz de Manuel dispunha de um espaço adequado para o efeito, permitindo aos montijenses um acesso facilitado a este tipo de meditação.

Acessível a todas as idades, a meditação Zen implica uma imobilidade total “A pessoa senta-se com aquela postura e não se move mais, centrando-se sobre a respiração”, explicam. “O que procuramos é um olhar mais profundo sobre a pessoa e sobre a vida. Ver para além das evidências”.

A respiração, que nesta atividade assume um papel fundamental, é descrita como “aquilo que nos liga ao presente”.

As sessões começam com um período de ZaZen inicial (cerca de 25 minutos), a que se segue uma parte designada Kinhin – meditação a andar com passos muito curtos – e termina com outro período de ZaZen (30 minutos).

Os seus papéis, dizem, é garantir que existe um espaço adequado para a prática desta meditação e dirigir a sessão, apesar de “não se falar muito”. Exceção feita à existência de um monge zen no espaço em que, aí sim, há possibilidade de um ensinamento oral. Esclarecem que não vivem do ZaZen, mas as suas vidas “giram em torno do zen”, não havendo separação entre o ato de estar sentado a meditar e o seu quotidiano.

Confrontados comos motivos que levam as pessoas a procurar este tipo de meditação, revelam não haver uma resposta geral. “Todos procuramos alguma coisa. Tudo é impermanente e interdependente e isto leva-nos a um estado de agitação e de sofrimento. É preciso pacificar a mente, desfrutar da vida, sorrir” e o Zen tem esta missão junto dos seus praticantes.

Em período de pandemia, o responsável do espaço não tem dúvidas: “Podem vir”. É obrigatória a higienização das mãos antes de cada sessão e o uso de máscara até estarem sentados, sempre “separados por um espaço razoável entre cada pessoa”. Existe um limite de cinco a seis pessoas por aula e é necessária marcação prévia. As sessões decorrem todas as quintas-feiras, entre as 19h30 e as 20h45.

Contactos:

919 103 012

[email protected]

https://www.facebook.com/zazenmontijo

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