Rua Coronel Melo Antunes: memórias de um militar português
Conhecido por a sua militância pelo povo português, Ernesto Melo Antunes permanece homenageado no Montijo.
Ernesto Augusto de Melo Antunes nasceu a 2 de outubro de 1933, em Lisboa. Filho de Ernesto Augusto Antunes e Maria José Sanches Forjaz de Melo, viveu grande parte da sua infância em Angola, onde o seu pai era militar. Ao regressar para Portugal, percorreu a sua carreira escolar de forma normal, tendo frequentado o liceu de Aveiro, posteriormente o de Faro e, por breves tempos, o Colégio de Tavira, até 1953.
Em seguida, ingressou na Escola do Exército, com o intuito de seguir as pisadas do seu pai. Aperfeiçoou os seus estudos na Escola Prática de Artilharia e, em 1957, alcançou a patente de alferes. Em 1958 é destacado para os Açores, tendo alcançado o cargo de Capitão passados três anos. Cumpriu ainda várias comissões de serviço na Guerra Colonial em Angola, terra que foi a sua casa durante vários anos.
A 15 de junho de 1962 foi feito Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis e foi feito Major a 1972, ingressando no Movimento dos Capitães um ano a seguir.
O momento pelo qual é recordado remonta à Revolução dos Cravos, tendo sido um dos estrategas e principal redator do documento O Movimento das Forças Armadas e a Nação, em março de 1974. Foi, em seguida, coautor do programa do Movimento das Forças Armadas e pertencente à comissão coordenadora durante o pós 25 de abril. Exerceu, durante vários episódios, cargos de governo provisório, tendo também participado na negociação da independência pela Guiné Bissau.
Participou ainda na elaboração de programas como o Programa de Ação Política e Económica e ainda o Documento dos Nove, em agosto de 1975, ficando conhecido como Documento Melo Antunes. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a 24 de setembro de 1983 e aderiu ao Partido Socialista em 1991.
Reformou-se com o posto de Tenente-Coronel e veio a falecer a 10 de agosto de 1999. Foi promovido a Coronel a título póstumo em 2004.