Avenida D. Afonso V: “O Africano”
Uma avenida no Montijo com nome de um monarca. D. Afono V foi o décimo segundo rei de Portugal e conquistador de terras africanas.
A cidade do Montijo é feita de história e também a Avenida D. Afonso V recorda uma figura importante para o país. Sabe ao certo quem foi a personalidade que apelidou a avenida pela qual tantas vezes circula?
D. Afonso V, filho de D. Duarte e D. Leonor de Aragão, nasceu em 1432, em Sintra, e foi o décimo segundo rei de Portugal. Em 1438, com o falecimento do seu pai, rei de Portugal à época, foi declarado em testamento que seria a sua mãe a sucessora ao trono, mas a burguesia não encarou bem o facto de D. Leonor de Aragão ser estrangeira e foi o Infante D. Pedro, irmão de D. Duarte quem assumiu a regência do país, até que o seu sobrinho atingisse a maioridade.
D. Leonor de Aragão é obrigada a exilar-se em Castela e D. Afonso fica a cargo do seu tio, recebendo uma esmerada educação. O Infante D. Pedro era conhecido como “O Infante das Sete Partidas”, pelas inúmeras viagens feitas e conhecimentos culturais adquiridos, que se esmerou por transmitir ao sobrinho.
Em 1446, D. Afonso completa 14 anos, assumindo o título de rei de Portugal, ainda que com o auxílio do seu tio. Os conflitos entre nobres e elementos do clero começaram a perturbar a relação entre os dois familiares, ao ponto do rei dispensar os serviços do Infante D. Pedro dois anos depois. A tensão entre tio e sobrinho aumenta e em 1449 realiza-se a Batalha de Alfarrobeira, travada entre D. Afonso V e o Infante D. Pedro, acabando este último por falecer.
Em 1447, D. Afonso já tinha casado com a sua prima D. Isabel, filha do Infante D. Pedro, casamento do qual resultaram três filhos, entre eles, o futuro rei D. João III.
É com as campanhas feitas no norte de África que o monarca obtém o seu cognome, “o africano”, pois, ainda que com alguns fracassos, consegue conquistar Tânger, Arzila e Larache. O seu título passa a ser “rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África”.
Com a vaga ao trono de Castela aberta, pela morte de Henrique IV, casado com a irmã do rei português, D. Afonso V entra na luta pelo trono, mas acaba por sair fracassado. Ficando viúvo, ocorre-lhe a ideia de casar com a sua sobrinha, D. Joana e assim unir os reinos de Portugal e Castela. Contudo, em causa estava a reivindicação dos Reis Católicos, o casal Isabel e Fernando que estariam a ser reconhecidos pelos êxitos contra os Mouros e o catolicismo.
Realizou-se a Batalha de Toro, em 1476, um combate travado pelas tropas portuguesas e as de Castela e Aragão, para defender os direitos da sobrinha de D. Afonso V, na qual o monarca português é derrotado, assinando o Tratado de Alcáçovas, em 1479, em que renuncia quaisquer direitos à coroa de Castela e reconhece como reis de Castela os seus adversários.
O rei de Portugal acaba por falecer em 1481, deixando o trono entregue a D. João III, seu sucessor.