Avenida Maestro Jorge Peixinho: irreverência e talento num só homem
Uma avenida com movimento que honra o montijense que ficou conhecido como um dos mais importantes compositores portugueses do século XX.

Jorge Peixinho nasceu a 20 de janeiro de 1940 no Montijo e, desde novo, sentiu uma ligação especial com a música. Vendo a curiosidade que demonstrava, a sua tia materna dedicou-se a iniciá-lo nos estudos de piano, quando Jorge Peixinho tinha sete anos. Mas foi aos 11 anos que deu um grande passo ao ser aceite no Conservatório Nacional de Lisboa, onde ganhou a fama de “menino-prodígio”.
Em 1958, terminou o Curso Superior de Piano e a Fundação Calouste Gulbenkian concedeu-lhe uma bolsa para estudar em Roma na Accademia de Santa Cecilia. Os anos seguintes foram fundamentais para se aperfeiçoar enquanto profissional, pois é na sua temporada em Itália que adquire as influências musicais que o fazem vencer o conceituado Prémio Sasseti de Composição, em 1959, e a sua obra Políptico estreia em Nápoles, dois anos depois.
Em 1961 regressa a Lisboa com uma nova visão da música contemporânea e rapidamente se tornou uma figura reconhecida em Portugal pela qualidade e irreverência no trabalho criativo realizado. Em 1967, a sua participação no happening português na Galeria Quadrante concedeu-lhe o título de “destruidor de pianos” pelo seu gosto por experimentalismo radical e adoção de técnicas artísticas pouco convencionais.

Com um modo próprio de atuar, o músico abre uma janela para nomes estrangeiros que anteriormente se encontravam fora da visão do país e permite a ascensão de novos artistas portugueses, tais como Constança Capdeville, Emmanuel Nunes e Clotilde Rosa.
O seu contributo para a música contemporânea nacional não se esgota no seu trabalho como pianista, pois dirigiu cursos de música contemporânea, foi crítico musical, conferencista e ensaísta. Em 1970 fundou o influente Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL), levando o seu nome a diversos países da Europa e América do Sul.
Dirigiu o GMCL até 30 de junho de 1995, dia da sua morte.
Para além de uma avenida em sua honra, o Montijo homenageia Jorge Peixinho com a atribuição do seu nome a uma escola secundária (1998) e com a criação de um mural de arte urbana que espelha o rosto do célebre artista (2019).
Para recordar o seu trabalho pode dedicar uns minutos a ouvir As Quatro Estações (1968) em: https://www.youtube.com/watch?v=xU9P8o-Uy30
