Avenida Fialho Gouveia no Montijo: Abril é o mês do grande comunicador da RTP
José Fialho Gouveia nasceu no Montijo no dia 30 de Abril de 1935, filho duma professora e dum ferroviário. No dia 16 de Abril de 2005, o Município atribuiu o seu nome à avenida da cidade que começa na Avenida Luís de Camões e termina na Estrada Municipal de 501, para que nunca fosse esquecido. Para além disso, o seu nome faz também parte da toponímia de Cascais (Freguesia de São Domingos de Rana) e de Oeiras (Freguesia de Carnaxide).
Fialho Gouveia deixou a licenciatura em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa por concluir para ser locutor na Rádio Universidade, em Coimbra, onde iniciou a sua carreira. Em 1957 foi aceite como locutor na RTP1 após candidatar-se a uma vaga indicada por Caetano de Carvalho.
Segundo Luís Andrade, com quem trabalhou, Fialho Gouveia foi “um dos primeiros que fez a RTP”, muito trabalhador, era um “homem com um grande coração”. Veja a reportagem que o programa “Praça da Alegria” lhe dedicou quatro anos após o seu falecimento:
Teve o privilégio de ser o primeiro apresentador dos Jogos Sem Fronteiras e do Festival da Canção mas sobretudo foi uma das caras que informou o País sobre o 25 de Abril, a Revolução dos Cravos com o colega Fernando Balsinha, aquando da leitura do comunicado do Movimento das Forças Armadas. A televisão concedeu-lhe grande popularidade mas continuou ligado à rádio pois inaugurou com Paulo Cardoso, em 1959, as emissões das tardes da Rádio Renascença com o programa “Diário do Ar”.
Um ano depois casou-se com a, também locutora da Rádio Televisão Portuguesa, Maria Helena Varela dos Santos. O casal teve logo dois filhos durante o primeiro ano de casamento.
Em 1968, ainda na Rádio Renascença, participa no programa “PBX”, uma produção dos Parodiantes de Lisboa que partilhou com Carlos Cruz, João Paulo Guerra, José Nuno Martins, Paulo Morais e Adelino Gomes.
Obteve grande reconhecimento com o programa de TV “Zip-Zip”, em 1969, o primeiro talk-show da televisão portuguesa, gravado no Teatro Villaret, em que participavam também os amigos Raul Solnado e Carlos Cruz, sob a direção de Luís Andrade.
Durante a inauguração da RTP2, apresentou com Carlos Cruz, o primeiro serviço de notícias da estação. Em 1977 apresentou o concurso “A Visita da Cornélia”, com Raul Solnado, que foi um dos grandes sucessos desse ano. Trabalhou na RTP até à década de 90.
Benfiquista ferrenho foi a “voz-off” na cerimónia de inauguração do novo Estádio da Luz.
Figura com talento natural, incontornável da comunicação social portuguesa, importantíssimo para a RTP.
Se estivesse vivo comemoraria 86 anos no dia 30 de Abril de 2021. Continua a fazer parte da memória dos portugueses e a ser uma referência nos media em como fazer Rádio e TV de grande qualidade!